Divergências na frente do filho traz prejuízos na escola
Por Katiane Souza
É de extrema naturalidade que não vamos concordar com todas as pessoas do nosso convívio. Isso independe de gostarmos ou não, as divergências vão sempre existir e disso podemos tirar alguns proveitos, no sentido que esses momentos são excelentes oportunidades para fazermos autoavaliações, repensarmos algumas atitudes nossas e estabelecermos limites importantes em todas as esferas que nos relacionamos.
Mas, quando essas divergências dizem respeito diretamente à criação dos filhos, seria saudável para todos envolvidos? Mesmo que indiretamente?
Vamos refletir!
Quando existe a responsabilidade de educar e orientar um filho, isso vai além de suprir as necessidades materiais do menor. Ter a responsabilidade na criação de um filho não se limita às provisões de roupas, alimentos e lazer.
Pelo contrário, os valores atitudinais relacionados a caráter não se compram em lojas físicas ou virtuais, não podem ser entregues em pacotes...
São nessas horas que os conflitos no que diz respeito à criação de crianças precisam de uma atenção especial, embora esses problemas não estão restritos ao pai e a mãe, mas pode estender-se aos avós, tios ou com quaisquer outros parentes que moram na mesma casa ou participam na educação dos mesmos.
Embora alguns conflitos sejam saudáveis… esse conflito envolvendo a criação precisa passar por um filtro para firmar a saúde do mesmo.
Nunca um conflito na frente de criança será saudável. Principalmente se esse conflito estiver diretamente ligado a ela.
Será natural haver divergências entre os pais, pois sabendo que vieram de sistemas familiares com regras e padrões diferentes. Divergir em alguns pontos não há problema, a questão é como acontece. E se ocorrem na frente das crianças, isso pode causar prejuízos significativos no menor. Pois na verdade ela pode nem entender o que está realmente acontecendo e no fim das contas não terá a habilidade de resolver a situação. Além de não ter habilidade para resolver o conflito, a criança se sentirá culpada por ser o causador da discórdia.
E o que isso tem a ver com aprendizagem? Tudo haver!
Só para começar, vamos lembrar que a aprendizagem precisa de atenção. E é bem difícil ter atenção em algo, quando as coisas não vão bem em casa. Isso não é restrito a crianças, adultos também são assim.
Então, sim, um problema explícito em casa, dificulta significativamente o desempenho de qualquer pessoa. Embora vivamos em um mundo impossível não haver problemas é importante que os conflitos que envolvam a criação e decisão que envolvem as crianças, não sejam em sua presença.
Crianças, adolescentes, estudantes no geral já tem seus conflitos e precisam dos seus cuidadores para ajudá-los nessas resoluções. Os responsáveis pela criação precisam ser facilitadores no processo de resolução de problemas e não criadores de novos.
Os conflitos não resolvidos trazem prejuízo emocional, comprometendo diretamente a auto estima do estudante, segurança, confiança em si mesmo, entre outras habilidades importantes para o bom desempenho nos estudos.
Como dito antes, os conflitos serão inevitáveis. Contudo ele não precisa vir com prejuízos, e sim como oportunidade de crescimento, maturidade e progresso para todos os envolvidos.
Quando os adultos tiverem algo a resolver, envolvam apenas os que podem resolver. Se o estudante da sua casa não tiver maturidade e discernimento para resolução, não o envolva.
Assegurar o sucesso escolar do estudante vai além de patrocinar as mensalidades em dias e prover o material necessário. Assegurar o sucesso está mais ligado a atitudes de desenvolver a saúde mental do que mesmo encher de brinquedos e aulas extras.
Até a próxima!
Roni Figueiredo - Maria Edna Alves Ribeiro lançou livro em Caruaru
Katiane Souza - Meu filho não gosta de falar como foi o dia na escola. O que fazer?
Pr. Teobaldo Pedro - O paradigma da morte