Divergências na frente do filho traz prejuízos na escola

Por Katiane Souza

Por Katiane Souza 02/11/2021 - 11:46 hs

É de extrema naturalidade que não vamos concordar com todas as pessoas do nosso convívio. Isso independe de gostarmos ou não, as divergências vão sempre existir e disso podemos tirar alguns proveitos, no sentido que esses momentos são excelentes oportunidades para fazermos autoavaliações, repensarmos algumas atitudes nossas e estabelecermos limites importantes em todas as esferas que nos relacionamos. 

Mas, quando essas divergências dizem respeito diretamente à criação dos filhos, seria saudável para todos envolvidos? Mesmo que indiretamente?

Vamos refletir!

Quando existe a responsabilidade de educar e orientar um filho, isso vai além de suprir as necessidades materiais do menor. Ter a responsabilidade na criação de um filho não se limita às provisões de roupas, alimentos e lazer. 

Pelo contrário, os valores atitudinais relacionados a caráter não se compram em lojas físicas ou virtuais, não podem ser entregues em pacotes... 

São nessas horas que os conflitos no que diz respeito à criação de crianças precisam de uma atenção especial, embora esses problemas não estão restritos ao pai e a mãe, mas pode estender-se aos  avós, tios ou com quaisquer outros parentes que moram na mesma casa ou participam na educação dos mesmos. 


Embora alguns conflitos sejam saudáveis… esse conflito envolvendo a criação precisa passar por um filtro para firmar a saúde do mesmo. 

Nunca um conflito na frente de criança será saudável. Principalmente se esse conflito estiver diretamente ligado a ela. 

Será natural haver divergências entre os pais, pois sabendo que vieram de sistemas familiares com regras e padrões diferentes. Divergir em alguns pontos não há problema, a questão é como acontece. E se ocorrem na frente das crianças, isso pode causar prejuízos significativos no menor. Pois na verdade ela pode nem entender o que está realmente acontecendo e no fim das contas não terá a habilidade de resolver a situação. Além de não ter habilidade para resolver o conflito, a criança se sentirá culpada por ser o causador da discórdia. 

E o que isso tem a ver com aprendizagem? Tudo haver!

Só para começar, vamos lembrar que a aprendizagem precisa de atenção. E é bem difícil ter atenção em algo, quando as coisas não vão bem em casa. Isso não é restrito a crianças, adultos também são assim. 

Então, sim, um problema explícito em casa, dificulta significativamente o desempenho de qualquer pessoa. Embora vivamos em um mundo impossível não haver problemas é importante que os conflitos que envolvam a criação e decisão que envolvem as crianças, não sejam em sua presença.

Crianças, adolescentes, estudantes no geral já tem seus conflitos e precisam dos seus cuidadores para ajudá-los nessas resoluções. Os responsáveis pela criação precisam ser facilitadores no processo de resolução de problemas e não criadores de novos.  

Os conflitos não resolvidos trazem prejuízo emocional, comprometendo diretamente a auto estima do estudante, segurança, confiança em si mesmo, entre outras habilidades importantes para o bom desempenho nos estudos.

Como dito antes, os conflitos serão inevitáveis. Contudo ele não precisa vir com prejuízos, e sim como oportunidade de crescimento, maturidade e progresso para todos os envolvidos. 

Quando os adultos tiverem algo a resolver, envolvam apenas os que podem resolver. Se o estudante da sua casa não tiver maturidade e discernimento para resolução, não o envolva.

Assegurar o sucesso escolar do estudante vai além de patrocinar as mensalidades em dias e prover o material necessário. Assegurar o sucesso está mais ligado a atitudes de desenvolver a saúde mental do que mesmo encher de brinquedos e aulas extras.

Até a próxima!