Mas eu me mordo de ciúmes.... Será que sentir ciúmes é normal?

Por Camila Helena

Por Camila Helena 20/04/2021 - 11:21 hs

Dentre as emoções humanas, o ciúme é extremamente comum. Segundo alguns teóricos, ele seria inerente, isto é, ele faz parte da natureza humana de maneira que todos nós seríamos ciumentos em maior ou em menor grau, podendo ocorrer em quaisquer tipos de relacionamentos, apesar de ser mais comum aos relacionamentos amorosos.

Deste modo, todos nós cultivamos certo grau de ciúme. Mas, sua intensidade e a forma de vivenciá-lo, irá variar de pessoa para pessoa.

O ciúme desenvolve-se quando sentimos que nosso parceiro não está tão conectado conosco como gostaríamos. Ele geralmente surge quando o relacionamento é ameaçado devido à interferência de um "rival" e pode envolver sentimentos como medo, suspeição, desconfiança, angústia, ansiedade, raiva, rejeição, indignação, constrangimento e solidão, dentre outros.

Para muitas pessoas, ele é uma manifestação de afeto, de zelo ou até de amor. Isto até pode ser verdade algumas situações, porém, na maioria das vezes não é bem assim, principalmente quando o ciúme é exagerado e parte da necessidade de controlar o outro.

É importante ressaltar, que o ciúme frequentemente nos priva da tranquilidade, da concórdia e da confiança em relacionamentos que nos são caros. Podendo ser altamente tóxico não só para a pessoa que sente, como para a relação estabelecida.

Uma relação amorosa saudável constitui-se em movimentos opostos, nos quais o desprendimento e a admiração mútua resultam em uma forma do entendimento e da compreensão do casal. Por este prisma, uma boa relação seria aquela em que cada indivíduo tem a sua própria identidade e deseja fazer o bem à pessoa amada, sem esperar recompensa.

Muitas relações abusivas são permeadas de ciúme, controle e manipulação por uma das partes envolvidas.

É importante saber que, quando excessivo, o ciúme pode ser considerado uma patologia.


Mas quando posso considerá-lo patológico?

O que aparece no ciúme patológico é um grande desejo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos do companheiro. Há ainda preocupações excessivas sobre relacionamentos anteriores, isto é, ciúme do passado dos parceiros, as quais podem ocorrer na forma de pensamentos repetitivos, imagens intrusivas e ruminações sem fim sobre fatos que já ocorreram. Esses sentimentos envolveriam um medo desproporcional de perder o parceiro para um rival (real atual, ex-parceiros, ou mesmo, rivais imaginários), desconfiança excessiva e infundada, o que provoca um significativo prejuízo no relacionamento interpessoal.

O ciúme patológico, então, corresponde a uma preocupação infundada, absurda e emancipada do contexto. Enquanto no ciúme não-patológico, o maior desejo é preservar o relacionamento, no ciúme patológico haveria o desejo inconsciente da ameaça de um rival. 

Portanto, apesar de ser um sentimento natural, é preciso cuidar dos excessos. Quando o ciúme pesa, machuca, desgasta a relação é hora de rever e cuidar deste sentimento.

O ciúme tem uma amplitude e uma profundidade que assinala que algo precisa ser observado em nossos relacionamentos. Não admiti-lo é perder uma grande oportunidade para a reflexão e, provavelmente, para a possível recuperação de um relacionamento que possa estar se esgotando, por conta de uma série de motivos, no qual o principal deles é a convicção distorcida de que sentir ciúme em demasia é estar zelando pelo outro. 

E você, tem sentido muito ciúmes? Tem sofrido com ciúmes do parceiro? Se possível, compartilhe aqui nos comentários. Se achar que este texto pode ajudar alguém, aproveita e compartilha também! 


Até a próxima!