A Via, empresa que detém as marcas Casas Bahia e Ponto, revelou na última quinta-feira (10) um conjunto abrangente de medidas em seu novo plano de negócios, visando enfrentar desafios financeiros e impulsionar a eficiência operacional. As alterações incluem estratégias destinadas a otimizar a gestão de estoques, reestruturar a captação de recursos para o crediário e aprimorar a saúde financeira da empresa.
Uma das iniciativas centrais deste plano é a redução substancial dos estoques, com um objetivo ambicioso de até R$ 1 bilhão em economias ainda este ano. Além disso, a empresa planeja uma revisão profunda na abordagem de financiamento para o crediário, buscando eficiência e maior agilidade na concessão de crédito aos clientes.
Todavia, as mudanças não se limitam apenas a questões internas. A Via também anuncia uma decisão significativa de fechamento de entre 50 a 100 lojas até o final do ano. Este movimento, que resultará na redução de pontos físicos de venda, é acompanhado pela desligamento de aproximadamente 6 mil colaboradores.
Os anúncios de reestruturação seguem os resultados financeiros do segundo trimestre de 2023, que revelaram um prejuízo líquido de R$ 492 milhões. Esse desempenho marca uma reversão drástica em relação ao lucro de R$ 6 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. A métrica do Ebitda ajustado apresentou uma queda significativa, totalizando R$ 469 milhões, o que representa uma diminuição de 32% em comparação com o relatório de abril a junho de 2022. A margem operacional também registrou declínio, com uma diferença de 2,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior, situando-se em 9%. A receita líquida da empresa caiu 2%, totalizando R$ 7,5 bilhões.
Para enfrentar esses desafios, a Via planeja adotar uma abordagem de monetização de ativos, almejando um montante de até R$ 4 bilhões em 2023. Parte desse valor será proveniente da transformação de R$ 2,5 bilhões em créditos fiscais em recursos financeiros tangíveis, caso o plano seja executado conforme o previsto. Adicionalmente, a empresa almeja obter R$ 1 bilhão por meio da liberação de estoques, além de R$ 500 milhões provenientes da venda de imóveis e outros ativos.
Durante uma conferência realizada com analistas nesta sexta-feira (11), o presidente da Via, Renato Horta Franklin, compartilhou insights sobre o novo plano de negócios. Ele expressou otimismo quanto à capacidade da empresa em capturar os benefícios dessa estratégia já a partir de dezembro. No entanto, Franklin ressalta que a migração do financiamento do crediário para Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) será um processo mais gradual, exigindo um período de tempo mais extenso.
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Roni Figueiredo - Coluna Social