Caixa suspende empréstimos pelo consignado do Auxílio Brasil

Por EmPauta.net 23/02/2023 - 13:11 hs
Foto: Reprodução

A Caixa Econômica Federal decidiu suspender definitivamente a concessão de empréstimos consignados do Auxílio Brasil — programa de distribuição de renda do governo federal que voltou a se chamar Bolsa Família. Segundo o banco — que operava a maior parte dos contratos dessa modalidade com desconto em folha —, a linha de crédito deixará o portfólio após a realização de "estudos técnicos".

A modalidade de crédito estava suspensa na Caixa desde o dia 12 de janeiro. Na época, o banco justificou que o Ministério do Desenvolvimento Social revisaria o cadastro dos beneficiários do Auxílio Brasil, o que exigiria a suspensão temporária de novos contratos. A instituição alegou ainda que os juros da modalidade eram altos, nas palavras da presidente do banco, Rita Serrano.

No último dia 10, o governo federal mudou as regras de concessão da linha de crédito dentro do Auxílio Brasil, derrubando de 40% para 5% a margem consignável do benefício (parte da renda mensal que pode ser comprometida com o pagamento da parcela do empréstimo).

Também reduziu de 24 para seis o número máximo de parcelas para o pagamento da dívida. Além disso, a taxa máxima de juros caiu de 3,5% para 2,5% ao mês.

11 Bancos Autorizados

Cálculos do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) estimam que, desde o início da operação de crédito, em outubro do ano passado, R$ 9,5 bilhões foram concedidos em empréstimos para 3,5 milhões de famílias beneficiárias, com a Caixa Econômica Federal sendo responsável por R$ 4 a cada R$ 5 emprestados, totalizando R$ 7,64 bilhões.

O banco público foi o único entre os maiores do país a se habilitar para a modalidade, mas outras 11 instituições financeiras estão credenciadas.

Com a mudança nas regras, no início do mês, outras instituições financeiras autorizadas a operar a modalidade também suspenderam a concessão. É o caso dos bancos Pan e Daycoval. O EXTRA também procurou, na época, Agibank, Crefisa, Banco Safra, Capital Consig Sociedade de Crédito Direto, Facta Financeira, Pintos S/A Créditos, Valor Sociedade de Crédito Direto, QI Sociedade de Crédito Direto e Zema Financiamento e Investimento, mas não houve resposta.

Fonte: Extra