O que é essencial para a sua vida?
Por Mônica Coimbra
“Só é realmente livre aquele que sabe estabelecer limites”
Vivemos em um mundo onde somos constantemente bombardeados com escolhas, oportunidades e demandas. Às vezes, parece que estamos sempre correndo, tentando fazer tudo ao mesmo tempo, e mesmo assim, não conseguimos realizar o que realmente importa. Nesse cenário caótico, a filosofia do essencialismo, apresentada por Greg McKeown em seu livro Essencialismo, surge como uma solução poderosa para simplificar e focar no que realmente importa.
Essencialismo é a prática disciplinada de focar apenas no que é essencial e eliminar o que não é. McKeown nos convida a adotar uma mentalidade diferente: em vez de tentar fazer tudo, devemos buscar fazer menos, mas com mais qualidade. Isso significa dizer "não" para muitas coisas, para que possamos dizer "sim" ao que realmente importa.
Um exemplo prático disso nos dias de hoje é o uso das redes sociais. Quantas vezes você já se pegou rolando o feed do Instagram ou do Facebook apenas para se distrair, e quando percebeu, horas se passaram? O essencialismo nos sugere que questionemos essas escolhas e busquemos usar nosso tempo de forma mais consciente, dedicando-o às atividades que realmente agregam valor à nossa vida.
Um dos maiores desafios do essencialismo é aprender a dizer "não". Vivemos em uma cultura que valoriza o "sim" – sim para novas oportunidades, para convites, para responsabilidades extras. Mas cada vez que dizemos "sim" para algo que não é essencial, estamos, na verdade, dizendo "não" para aquilo que é realmente importante.
McKeown ilustra essa ideia com o exemplo de uma pessoa que está constantemente aceitando convites de trabalho fora do horário, o que acaba roubando o tempo que ela poderia passar com a família. Ao aprender a dizer "não" para esses compromissos extras, ela consegue proteger o que é mais importante: o tempo de qualidade com seus entes queridos.
Quantos “sim”, caro leitor, você diz diariamente para agradar o outro?
Quantos “sim” você diz porque simplesmente não exerce o poder de dizer “NÃO”?
Nos dias atuais, isso pode se aplicar ao equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Com o aumento do home office, muitos de nós acabamos misturando os horários de trabalho com os momentos de lazer e descanso. Praticar o essencialismo significa colocar limites claros, dizendo "não" ao trabalho fora do horário para dizer "sim" ao descanso e à convivência familiar.
Para aplicar o essencialismo, é fundamental identificar o que é realmente essencial na sua vida. McKeown sugere uma pergunta simples, mas poderosa: "Se eu tivesse que eliminar tudo da minha vida e pudesse manter apenas uma coisa, o que seria?" Essa pergunta nos força a confrontar nossas prioridades e a identificar o que é mais valioso para nós.
Nos dias de hoje, isso pode ser aplicado à nossa rotina diária. Se você é uma mãe ocupada, pode se perguntar: "Qual é a atividade mais importante do meu dia? É o tempo que passo com meus filhos, a minha rotina de autocuidado ou algo relacionado ao meu trabalho?" Ao responder essa pergunta, você pode começar a organizar seu dia em torno dessa prioridade, eliminando ou minimizando outras atividades que não agregam tanto valor.
Outro exemplo prático é no trabalho: se você é uma profissional com muitas tarefas, pode usar o essencialismo para identificar quais atividades realmente contribuem para o seu sucesso e eliminar ou delegar o restante. Isso pode significar, por exemplo, passar menos tempo em reuniões improdutivas e mais tempo focando em projetos que realmente fazem a diferença.
Adotar o essencialismo é uma jornada contínua. Não é sobre fazer uma mudança radical da noite para o dia, mas sobre tomar decisões conscientes a cada dia, eliminando o que é desnecessário e focando no que realmente importa.
O essencialismo não é apenas uma técnica de produtividade, é uma forma de viver com mais significado e propósito. Então, que tal começar a pensar sobre o que é essencial para você hoje? Dedique um momento para refletir e veja como essa prática pode trazer mais clareza, satisfação e paz de espírito para a sua vida.
Roni Figueiredo - Coluna Social