Celulares e computadores são importantes na aprendizagem?

Por Katiane Souza

Por Katiane Souza 04/08/2021 - 16:56 hs

A tecnologia já foi considerada um vilão dentro das escolas e arqui-inimigos da educação.  Contudo, diante das mudanças vividas nos últimos meses causada pelo coronavírus, o olhar para os aparelhos tecnológicos mudou consideravelmente.

Os aparelhos que antes eram proibidos ou com acesso restrito nas instituições de ensino regular, agora tem a sua notoriedade como uma ferramenta de tamanha eficiência no auxílio à educação.

Embora saibamos o quanto o uso dos aparelhos sejam fundamentais no auxílio dos estudos, esse uso não perdeu na íntegra sua má fama de ser apenas uma distração para a educação, pelo contrário, há quem diga que celulares e computadores continuam sendo um canal para desvio de propósito e incentivo a procrastinação de educandos.

Mas afinal, mocinho ou vilão? Qual a real importância dos celulares e computadores na construção do conhecimento.

Para entendermos esse processo sem discussões polêmicas, vamos começar a aceitar que os estudantes de hoje, não são iguais a de uma ou mais décadas atrás. E sim, a geração que parece já nascer com as habilidades desenvolvidas para as tecnologias e um vocabulário recheado de compreensão de um dialeto pouco comum. É a mesma geração que pede e precisa de uma roupagem diferente no formato da educação.

Prosseguindo com essa reflexão, não dá para esquecer que estudantes, por mais dedicado que sejam, eles não gostam de estudar, ELES GOSTAM DE APRENDER. E o aprender pode ser oportunizado com ou sem o uso dos aparelhos tecnológicos. No entanto, nesse processo de distanciamento social, onde o número de estudantes em um mesmo espaço foi reduzido, não dá para negar que o celular ajuda. 

Então até aqui vimos que o estudante gosta de aprender e que sim o celular ajuda. Mas, ajuda não quer dizer que só o celular sendo uma ferramenta educacional, vai tirar dos pais o direito do limite a esses acessos e muito menos limitará os professores a reduzirem a aprendizagem ao uso de um aparelho de acesso à internet. 

Para que o celular ou computador não se torne o vilão da vez, todos os envolvidos nesse processo precisam ficar atentos. 

Na escola, é importante que apareça nos planejamentos oportunidades às descobertas vivenciadas em forma de experiências que efetivam a aprendizagem. Isso vai motivar a pesquisa, a observação, a experiência. Para que o aluno perceba o ar, ele não precisa assistir um vídeo nas redes, basta ele respirar percebendo todas as sensações causadas em um movimento de inspirar e expirar. Para saber as partes das plantas, e evidenciar suas funções efetivando a aprendizagem, o velho grão de milho ou feijão no algodão deixará marcas de aprendizagens com ensinamentos memoráveis que vão além de um conteúdo restrito a uma disciplina apenas.

Êpa! Isso aqui é uma alusão ao retorno do quadro negro com giz em salas de aula? Pelo contrário. A bandeira aqui a ser levantada é de uma aprendizagem onde o discente experimente, descubra, tire conclusões, levante hipóteses, questione. E nada melhor que uma boa experiência para estimular sinapses de extrema importância. 

E em casa pode ser feito algo para não deixar que os aprendentes se percam no processo de aprendizagem e usem os aparelhos eletrônicos como distanciador do ensino?

Sim. Com certeza. Sem sombra de dúvidas. Sim

A família dos educandos precisa ter um diálogo com a escola, para saber exatamente o tempo necessário para aulas. E daí organizar a rotina do aprendiz sem tanto uso ou exposição a brechas no tempo que possam causar o desvio de finalidades do aparelho, promovendo assim uma mudança de foco. 

Essa reflexão tem em si, o desejo de alertar quanto ao uso exagerado das tecnologias. Sabemos que para que o conhecimento seja alcançado, hoje o estudante precisa de uma ferramenta digital, mas a aprendizagem não se resume apenas a um aparelho, ela vai além. Então, que todos os envolvidos nesse processo percebam que aquisição do conhecimento é uma construção que se dá a partir de experimentos com sentido.